sábado, 29 de dezembro de 2012

Falem bem ou falem mal, mas falem de nós!


A paródia a esta famosa frase de Henry Basil King trás polêmicas (o "nós" é coisa minha, não da frase original). Alguns, como a conceituadíssima psicóloga, colunista e escritora, Martha Medeiros, não intende como um ser humano aceita que se fale mal de si; outros, do naipe de Ataulfo Alves (em sua canção Falem mal mas falem de mim), coloca: "O despeito seu me poe no apogeu". De qualquer forma, o significado disto é que estamos incomodando alguém!

Mas porque isso agora? Infelizmente, tenho visto na internet e dentro da própria UFLA, indivíduos que se julgam "defensores dos animais" e vomitam uma verborreia que contamina aos mais incautos. Como sempre ouvi nos arautos familiares: bobo e barata tem sobrando neste mundo...

Esses seres que se julgam detentores dos direitos animais (!) são, na verdade, pobres "ativistas de asfalto", que se agarram a uma causa sem ao menos conhecê-la a fundo. E com isso se grudam ferozmente ao que acreditam, impondo suas convicções e abarcando mentes pouco esclarecidas quanto ao problema.


Estes dias li uma crítica ao Hospital Veterinário da UFLA em uma rede social que me fez rir (obrigado por este momento de descontração). O autor coloca o seu ponto de vista míope sobre o atendimento clínico-cirúrgico de uma instituição que fez a cidade deste mesmo cidadão ser reconhecida em todo o Brasil como uma das melhores no ensino da Medicina Veterinária. Com isso, seu escrito ataca a instituição, os profissionais que lá trabalham e a longa tradição da Medicina Veterinária no Brasil e no Mundo. E o pior: o cidadão ainda diz que não cita nomes no "artigo", mas se alguém quiser, ele poderá enviar por e-mail (ou coisa parecida). Indo além, o autor ainda desafia a instituição para debates calorosos sobre vários temas que, se vê pela temática, ele nem ao menos conhece... Procurei algo sobre esta pessoa na "Grande Rede" e vi, decepcionado, que nunca fez nada pela Medicina Veterinária do país; não tem nenhuma titulação ou homenagem (acadêmica ou honorífica ligada à Medicina Veterinária); não possui formação suficiente para criticar a profissão médico-veterinária; ou seja: não é significativo no panorama ao qual ele mesmo pretende criticar. Ficaria muito preocupado se tal sujeito fosse alguém de expoência na área, mas apenas está "protegendo animais" e pronto... Coisa de iniciante.

No campo psicológico, temos uma série de definições para atitudes assim. Frustração em alto grau e mal resolvida, projetando em outrem suas deficiências e impotências, transtornos de personalidade, obsessão e ansiedade, etc. Mas o que mais me preocupa é que indivíduos considerados muito bonzinhos e altamente caridosos e benevolentes, que ajudam a todos e nunca falam não, são psicopatas em potencial. Verdadeiros "predadores sociais", "sanguessugas humanas" ou "vampiros da modernidade", como coloca a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva em seu livro Mentes Perigosas. Tomem cuidado com este tipo de gente, pois eles não tem cura e causam um estrago onde quer que convivam. E ainda; eles são altamente eloquentes, transitam na mídia, possuem alto poder de convencimento e cultura acima da média.


De qualquer forma, para aquelas pessoas que se encaixam neste perfil, tenho uma sugestão para que tomem a causa à risca: vendam todos os seus pertences (difícil, né?), dispam-se de suas convicções mundanas baixas (mais difícil ainda, né?) e vão morar com cães e gatos abandonados. Mas quando precisarem de serviço veterinário, peçam ajuda aos OVNIs, ETs, ao poder de alguma divindade e outras crenças, mas não procure um profissional sério, qualificado e que batalha pela saúde e bem-estar animal. Também não se esqueçam de estudar pelo menos cinco anos e ter experiência de pelo menos uns 20 anos de trabalho em instituição federal de ensino superior para poder entender o real problema ao qual tanto gostam de apontar.

Para vocês, discentes de Medicina Veterinária, não se esqueçam que temos um juramento sagrado (que vocês repetirão ao se formarem). Temos uma obrigação com o ser humano, mas sem nos esquecermos dos animais. Cuidado para não ferirem o ser humano em detrimento de falácias e meia-verdades relacionadas aos animais. Defendam, sim, os direitos de todo e qualquer animal, mas com parcimônia e conhecimento. De que adianta ser um ferrenho defensor dos direitos de um gato abandonado quando se entra em uma churrascaria e se come uma vitela, filha/o de alguma vaca que perdeu seu pobre rebento para satisfazer o seu apetite? Pensem nisso e depois conversamos.

Bom, esqueçamos toda esta baboseira, pois como diz Lucano: "Quando fazemos alguma coisa, existem três tipos de pessoas a nos criticar: aquelas que fazem exatamente o contrário do que fazemos; aquelas que fazem exatamente a mesma coisa que fazemos; e a grande massa de hipócritas que não faz absolutamente nada".

Para todos, um 2013 de sabedoria e paz nos corações. Que possamos crescer internamente e levar, aos que nos rodeiam, este sentimento de plenitude. Se isso não for possível, que pelo menos não possamos prejudicar o próximo.

Um comentário:

  1. Ótimo texto. Apesar de ser um leigo quanto à ciência veterinária, tenho um carinho grande por animais, algumas espécies em especial, e também por muitos veterinários e discentes que tenho amizade e sei do comprometimento com o ofício. A tal crítica publicada nas redes, com clara intenção de autopromoção, muito me incomodou, mas não entrei no mérito da discussão por não ser um hipócrita bicho-grilo militante de causas para fazer minha vida parecer ter algum sentido. Parabéns pela crítica e se apesar de gostar de animais, eu goste ainda mais de bacon, desculpa sociedade!

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