segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Seminários e outros fantasmas educacionais

Antes de entrar no assunto, quero deixar claro que estes escritos são de inteira responsabilidade de quem isto escreve. Não quero e nem pretendo ofender a ninguém com minhas elucubrações. Mas aqui consigo pensar como educador e como aluno ao mesmo tempo, assumindo uma posição cômoda para externar o que sinto e penso sobre o assunto: seminários em aulas de graduação.

Em conversas com colegas educadores e discentes, acho pouco provável que a prática de se instituir seminários apresentados pelos alunos vá ser abandonada. Eu mesmo tenho sido vítima (isso mesmo, vítima) desta prática que considero um retrocesso no processo de ensino moderno, em que o educador deve focar não em si (como no passado), mas no aluno e sua individualidade. Vou tentar explicar...

Seminário vem da palavra latina Seminarium, que significa um viveiro de plantas. Mas, por curiosidade etimológica, a palavra também deriva de outra palavra latina, Semen, que significa semente ou sêmen. Pois é, começa pela raiz da palavra... De qualquer forma, seminário seria uma prática de plantar sementes para o florescimento de uma nova educação... Como o latim é bonito!

O que vejo são professores que não sabem como tirar proveito destes recursos pedagógicos. Da mesma forma, alunos sem a menor motivação para usufruir dos benefícios das apresentações. E, no final, finge-se que se ensina e finge-se que se aprende. Ficamos elas por elas.

Durante o meu curso, por exemplo, tenho visto diversos professores utilizando tal recurso em mais da metade da carga horária da disciplina. E aí eu pergunto: qual a finalidade por trás disto? Será que isso não se constitui em uma forma de não dar aulas? Será que não é mais fácil ouvir que falar? Tenho aqui, com meus botões, essas dúvidas.

Na última semana assisti uma dessas paródias que considero humilhante para quem estava presente: um grupo, de quatro alunos, apresentando um assunto que ninguém estava prestando atenção, usando um material ilustrativo pobre e cheio da "Síndrome do Control-C, Control-V" e um professor alheio ao circo. Foi deprimente... Me senti envergonhado por todos, em especial pelo mentor de tal atividade. Ao final, ele cobrou o material escrito (provavelmente retirado de sites que fornecem textos prontos - medíocres, mas prontos). Quando vi o material (também enviado para o e-mail da turma), vi que tinha me enganado: bastou jogar o texto no Dr. Google e descobrir, na íntegra, uma cópia de um blog sobre o assunto.


Bom, onde chegaremos com isso? Não seria mais produtivo algo discursivo e participativo? Seminários do tipo "eu apresento, você assiste, todos aplaudem" não colam mais (apesar de já terem sido considerados vanguarda no ensino!). Precisamos mudar...

Mudando de assunto, e graças ao bom Deus protetor dos feriados e dos dias de descanso, vocês ficarão livres de mim esta semana, conforme já anunciado no Cronograma da disciplina que vocês receberam no início do semestre. Porém, OS PASSEIOS ESTÃO MANTIDOS, como consta no Cronograma de Passeios, também entregue para vocês. O motivo de não termos as aulas práticas dos dias 15 e 16/10 é justamente por não conseguirmos achar um horário para a turma B (já que ela perderá a aula do dia 14/10).

Bom feriado e recesso de 13 e 14/10 para todos.

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