sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Ontem peguei uma revista de grande circulação que discute cinofilia e, ao ler a reportagem de capa, fiquei horrorizado com os erros de grafia da língua pátria. Foi aí que resolvi ler o Editorial da dita cuja, que se vangloriava de já se encontrar sob os auspícios do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Longe de confabularmos se esse “acordo” é válido ou não (apenas quatro dos oito países de língua portuguesa que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa - CPLP - o assinaram até a presente data), o importante é tentar entendê-la. As mudanças, que ainda geram muitas dúvidas (a Academia Brasileira de Letras ficou de editar um material oficial para nos orientar), vão criar mais confusão ainda no meio científico. Editoras e Livrarias terão que se adequar. E para nós, alguns termos utilizados no vernáculo científico também mudarão. Apenas para se dar exemplos comuns, observem como fica a grafia de palavras já conhecidas e consagradas: ultrassonografia (em vez de ultra-sonografia), antirrábico (em vez de anti-rábico), micro-ondas (em vez de microondas) e pelo (em vez de pêlo). Terei que interromper, em parte, a escrita do “Pérolas” (quem foi meu aluno sabe que há pelo menos 19 anos transcrevo todas as bobagens encontradas em provas que aplico). Não poderei mais fazer piadinhas dos alunos que escrevem ultrassonografia, pois tanto esta grafia quanto ultra-sonografia está correta até 2012. Mas fiquem ligados, pois as mudanças não acobertam grafias como hacharam (do verbo achar) e antimicrobicida (deve ser uma substância muito eficaz contra qualquer bactéria).
Sugestão de leitura científica: “Denervação acetabular cranial e dorsal no tratamento da displasia coxofemoral em cães: 360 dias de evolução de 97 casos”



Os autores analisaram o procedimento de denervação acetabular na qualidade de vida (dor, deambulação, atividade) de 97 pacientes com displasia coxofemoral. Vale à pena conferir os resultados.

Para esta sexta-feira 13, meus amigos, sigam o conselho do filósofo Horácio lá pelos idos de um tempo muito distante: “Carpe diem quam minimum credula postero” (colha o dia, confia o mínimo no amanhã).

Nenhum comentário:

Postar um comentário