Para quem se esforçou na resolução do problema sugerido na semana passada, parabéns. A resposta é a seguinte:
Vamos à explicação... Os
gatos possuem íris pigmentadas que variam entre tonalidades escuras (marrom, castanha,
cobre, dourado) a claras (amarela, verde e azul). Tal característica está
ligada à concentração de melanina e lipídeos presentes nesta estrutura ocular
(quanto mais clara a íris, menos melanina e mais lipídeos ela contém). Esta
condição de pigmentação da íris é condicionada tanto pelo gene 15 (EYCL3,
concentração de melanina) quanto pelo gene 19 (EYCL1 - concentração de
lipídeos).
Porém,
é comum o aparecimento de felinos com íris de cores diferentes, mecanismo
conhecido como heterocromia oftálmica (“Odd
Eyed Cats”). Estes animais são incriminados como acúsicos bilaterais, mas
nem sempre isso é fato.
Nem
todos os gatos heterocrômicos oftálmicos são necessariamente surdos. É o que
ocorre em indivíduos com pelagem que não é totalmente branca, mas são
heterocrômicos: aqui, a surdez, caso exista, não se deve à anomalia genética
condicionante do tipo de pelagem ou coloração de íris, mas sim resultar de
situações adquiridas (otites, traumatismos, encefalites, etc.).
Já naqueles
indivíduos com a pelagem totalmente branca e heterocrômicos oftálmicos, pode haver
acusia do ouvido ipsilateral ao olho claro. Isso é explicado pelo fato deste
grupo de felinos poder apresentar uma mutação genética autossômica e dominante (gene
W) que condiciona a coloração de pelagem branca, desenvolvendo a Síndrome de
Waardenburg, o que por sua vez causará despigmentação da retina e degeneração
das células cocleares pela ausência de melanócitos nesta região.
É de se
destacar que os gatos de pelagem totalmente branca e os dois olhos azuis (não
heterocrômicos) também poderão apresentar a Síndrome de Waardenburg, já que o
distúrbio não é condicionado por genes ligados à cor dos olhos (e sim à
pelagem).
Em conclusão,
a surdez congênita dos felinos devido à Síndrome de Waardenburg só ocorrerá em
gatos com pelagem totalmente branca, portadores dos genes autossômicos
dominantes da condição e independentemente da cor das íris. Mas, como fator
complicador, estudos mais recentes têm revelado que outros genes de coloração
de pele (gene S) também podem interferir nesta condição. Logo, felinos com
suspeita de acusia hereditária devem ser conduzidos para exames
eletrofisiológicos.
AMBULATÓRIO DERMATOLÓGICO I
Programação da semana:
SEMIOLOGIA
CICLO IX
04/05/2015, segunda, turma C, 14h00 às 16h30, sala DMV23, aulas 38 a 40 = Sistema tegumentar (P).
CICLO X
05/05/2015, terça, turmas A/B/C, 10h00 às 11h40, sala PV08-1, aulas 41 e 42 = Sistema respiratório (T).
05/05/2015, terça, turma A, 14h00 às 16h30, sala DMV23, aulas 43 a 45 = Sistemas tegumentar, cardiovascular e respiratório (P).
07/05/2015, quinta, turma B, 14h00 às 16h30, sala DMV23, aulas 43 a 45 = Sistemas tegumentar, cardiovascular e respiratório (P).
11/05/2015, segunda, turma C, 14h00 às 16h30, sala DMV23, aulas 43 a 45 = Sistemas tegumentar, cardiovascular e respiratório (P).
ATENÇÃO: para a aula prática do Sistema Tegumentar, é aconselhável levar o roteiro de aulas práticas (já disponibilizado para a turma). Material do Sistema Respiratório já disponibilizado na caixa postal da turma.
AMBULATÓRIO DERMATOLÓGICO I
AMBULATÓRIO DERMATOLÓGICO III
07/05/2015, quinta, 08h00 às 10h40, sala DMV22, aulas 16 a 18 = Terapêutica nas otites.
Nenhum comentário:
Postar um comentário