sexta-feira, 29 de março de 2019

Percepção e Semiologia

Costumo falar que percepção é um dos fatores mais relevantes para o clínico ou cirurgião veterinário.  A palavra em si vem do latim perceptione, ou seja, o ato, efeito ou capacidade de perceber alguma coisa. Se fossemos dividir a percepção em grupos, poderíamos falar em percepções visual, social, musical, corporal e muitas outras, conceitos que variam de acordo com a área que adota seus preceitos.

Na Semiologia, a percepção basicamente precisa estar relacionada com os sentidos. Assim, se tem as percepções visual, auditiva, olfativa e táctil (não adotamos a percepção gustativa por questões óbvias em saúde).

O bom propedêutico precisa, então, treinar seus instintos sensoriais para que possa desvendar o mais sutil sinal clínico em um paciente. Isto é conseguido através de treinos exaustivos e muita força de vontade. Infelizmente, o que temos hoje em dia é uma massa treinada apenas em raciocínio, se esquecendo de que a percepção é o primeiro passo para a colheita de dados que servirão de base para o desenrolar de todo o processo semiogênico.

Bom, apenas para relaxar, proponho para vocês um teste de percepção básico, mas que envolve uma margem de erro de mais de 95% em uma amostragem. Vamos lá...

Observando a imagem abaixo, diga quantos triângulos você consegue contar. A resposta vai na próxima postagem.


Por fim, vamos à programação da semana.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
01/04/2019 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 06-07 (Marcha do Exame Clínico), DMV-01, 15h00 às 16h40.
* Desafio para a próxima semana: Diabete Melito e Catarata.
02/04/2019 = TURMA C
Aula Teórica 08-10 (Marcha do Exame Clínico), Sala DMV-21, 09h00 às 11h30.
03/04/2019 = TURMA B
Aula Teórica 08-10 (Marcha do Exame Clínico), Sala DMV-01, 09h00 às 11h30.
05/04/2019 = TURMA A
Aula Teórica 08-10 (Marcha do Exame Clínico), Sala DMV-12, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
04/04/2019 = TURMA A
Aula Teórica 03 (Introdução à Cinofilia; Exposições Cinófilas), Sala DMV-01, 10h00 às 10h50.
BIOLOGIA DE VERTEBRADOS (DBO225)
02/04/2019 = TURMA A
Aula Teórica 06-07 (Taxonomia e Evolução dos Répteis), DBO-12, 15h00 às 16h40.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Filmem os Professores!!!

Quem me conhece ou me acompanha nas redes sociais sabe que sou avesso a discutir determinados assuntos nestas plataformas, como política, religião, esporte ou questões de gênero. Também não utilizo das minhas aulas, sagradas (e dedicadas) para a administração da minha parca carga horária de aulas, para expor tais assuntos. Mas há duas semanas me deparei com uma notícia na mídia, proferida pelo alto escalão do futuro governo que, utilizando do futuro cargo público como porta-estandarte, pede a cada estudante deste país que grave as aulas de seus professores no sentido de reportar qualquer tipo de doutrinação política.


Pois bem, meus filósofos da situação. Se eu tivesse tempo para discutir estes tópicos, teria a preferência por ocupar tais espaços com conhecimento e experiência voltada para o exercício da profissão e respeito aos animais e seus tutores. Não me interessa se fulano é PT ou PSOL; não estou nem aí se ele é católico ou umbandista; pouco me importa se ele torce pelo Atlético ou pelo Cruzeiro; muito menos incomoda a escolha sexual de meus alunos. O que realmente cobro é a postura e o respeito frente à profissão, aos clientes e seus pets e também aos colegas de labuta. Isto sim faz a diferença. Grandes seres humanos são moldados por pequenas atitudes de tolerância e respeito ao próximo.

Neste sentido, tomo a liberdade de reproduzir um texto recebido em um dos grupos de WhatsApp© que faço parte e que expressa o que realmente sinto e penso sobre este assunto. Não sei de quem é a autoria, mas foi escrito em um momento de genialidade e clareza mental. O título do texto é FILMEM OS PROFESSORES:

“Filmem os professores que passam muitos finais de semana preparando aulas. Filmem os professores que deixam de curtir o feriado para estudar e concluir mais uma pós-graduação. Filmem os professores que compram do seu próprio bolso canetas de quadro branco, refil para canetas, apagadores, folhas. Filmem os professores que depois da aula dedicam seu tempo precioso para conversar e escutar o desabafo de muitos alunos, orientando-os muitas vezes a sair ou não entrar em caminhos errados. Filmem os professores que fazem vaquinhas para alugar ônibus e levar seus alunos a passeios ou excursões pedagógicas. Filmem os que levam seu Datashow, computador, caixa de som, adaptador e até cortina de casa para poder passar um vídeo para seus alunos. Filmem os professores que fazem paródias para que seus alunos aprendam o conteúdo de maneira mais fácil. Filmem aqueles que constantemente ficam sem voz. Filmem os que desenvolvem depressão. Filmem os que se deslocam por muitos quilômetros para chegar até a escola. Filmem aqueles que doam seus materiais como lápis, borracha e canetas para os alunos. Filmem os professores voluntários. Filmem também os que estão há 5 anos sem reajuste salarial... Filmem, divulguem e valorizem, pois além de ensinar, muitas vezes são eles que educam seus filhos.”

Sem mais delongas, vamos à programação da semana.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
12/11/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 56-57 (Sistema Respiratório), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Transfusão Sanguínea e Nefrose Pós-Transfusional.
Desafio da próxima semana: Pneumonia Bacteriana e Crepitação Grossa.
13/11/2018 = TURMA B
Aula Prática 58-60 (Sistema Respiratório), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
14/11/2018 = TURMA C
Aula Prática 58-60 (Sistema Respiratório), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
16/11/2018 = TURMA A
Aula Prática 58-60 (Sistema Respiratório), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
17/11/2018 = TURMAS A-B-C
3a. Avaliação Teórica (Sistemas Tegumentar, Circulatório e Respiratório), Sala DMV-01, 09h00 às 10h40.
CINOFILIA (GMV150)
15/11/2018 = TURMA A
FERIADO - PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Mais uma da Carreira


Ainda recordando algumas situações que me marcaram nestes anos de docência, me lembro de um fato que ocorreu logo no início da minha carreira como professor. Naqueles anos eu era um dos colaboradores da disciplina PRÁTICA HOSPITALAR (acho que era este o nome da disciplina que era oferecida no 9º período do curso de Medicina Veterinária da UFMG).

Pois bem... Em uma aula prática no antigo Salão de Semiologia (hoje não existe mais), havia cerca de 30 alunos esperando um caso clínico para ser analisado e discutido. Eu sempre buscava um paciente internado no HV e, de posse da Ficha Clínica e de todos os exames já realizados, fazíamos um exercício de propedêutica e diagnóstico. Mas naquela semana não havia nada de interessante para a aula. Era um tempo de surtos de gastrenterite hemorrágica, seja por endoparasitoses ou parvovirose/coronavirose. Já tínhamos discutido casos como aqueles e não via muita valia em repetir. Mas o que fazer, então?

Naquela época eu era responsável pelo atendimento de animais exóticos e silvestres. Tínhamos um recinto repleto de coisas que não latiam ou miavam... Decidi! Peguei um coitado de um jabuti que estava internado e levei-o ao Salão. O caso do cascudo era de pneumonia, já diagnosticado e sob medicação.


Entrei no salão sob o olhar incrédulo dos alunos. O que era aquela coisa? Coloquei o dito cujo no chão e fui explicando para todos sobre alguns aspectos importantes da fisioanatomia da espécie, já que nada daquilo era dado para nos, veterinários. Em determinado momento, com a turma já se entretendo com o paciente (que andava insistentemente pelo local), falei muito sério: “Olha, gente, é inadmissível que um veterinário experiente chame este bicho de tartaruga. Isto é um jabuti, totalmente diferente. Assim, não deem mancadas. É uma vergonha para o profissional não saber nem a espécie de seu paciente!”. Pronto; recado dado.

Em determinado momento da aula, quase ao seu final, quando eu estava apresentando as radiografias e alguns exames de sangue, entra pela porta do salão o Professor Titular da Clínica naquela época. Ele, um profissional muito respeitado por todos nós, deu um pigarro de desaprovação ao ver o réptil no chão e, virando-se para mim, disse: “Quem foi que deixou esta tartaruga entrar aqui?”. Foi o suficiente para a turma cair na gargalhada, para o espanto do Mestre que não estava entendendo nada.

E aí vai a foto do objeto da discórdia...


PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
22/10/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 48-49 (Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Diabete Melito e Catarata.
Desafio da próxima semana: Espondilose e Obstipação.
23/10/2018 = TURMA B
Aula Prática 50-52 (Sistema Tegumentar II), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
24/10/2018 = TURMA C
Aula Prática 50-52 (Sistema Tegumentar II), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
26/10/2018 = TURMA A
Aula Prática 50-52 (Sistema Tegumentar II), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
25/10/2018 = TURMA A
Aula Teórica 06 (Grupo 1), DMV01, 10h00 às 10h50.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Hoje é dia

Hoje se comemora no Brasil o Dia dos Professores. Será que há o que comemorar? Já estou a mais de 30 anos nesta atividade e ontem, ao lembrar-me da data, dei “uma varrida” na memória buscando os momentos mais marcantes que passei. Foram vários e que gostaria de compartilhar alguns com vocês.


Quando estava começando a carreira docente (lá por volta de 1990-1991), aproveitei uma oportunidade que surgiu para dar aulas de Biologia, Física e Química em um colégio municipal de Belo Horizonte. O salário era horrível (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte I), o local de pouca segurança (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte II) e o alunado tinha pouco ou quase nenhum interesse nas aulas (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte III). Fui.


As aulas eram no período noturno, com turmas cheias e faixa etária mais elevada que nos períodos matutinos. Senti a dificuldade natural de comunicação, ainda mais que eu estava começando no ofício e aquela realmente não era a minha praia. Já tinha um pouco mais de vivência com alunos universitários e alguns de curso de inglês, mas aquela experiência era única.

Em um determinado momento de uma das aulas de Biologia, quando passava a matéria no quadro (pois é, este era o método adotado naquela época (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte IV), notei que um dos alunos mais “erados” roncava na última carteira. Sei que não é fácil engolir Mendel e suas teorias mirabolantes de ervilhas às dez da noite, mas achei aquilo uma falta de respeito. Pois bem, do “alto do pedestal de mestre”, resolvi dar uma lição de moral. Mas, na verdade, fui eu quem aprendi a lição...

Pedi que acordassem o aluno e perguntei se eu o estava incomodando, pois, se assim o fosse, poderia acabar a aula naquele momento, deixando seus colegas sem o conteúdo em função do sono dele. Foi aí que o aluno levantou a cabeça, com os olhos ainda teimando em se manter entreabertos, me encarou e disse uma das coisas que mais me impactou na minha carreira docente e na vida pessoal. Foi mais ou menos assim: “Doutor, o senhor está aí falando de coisas que eu nem sei do que se trata ou para quê servirão. Da minha parte, sou o quinto filho de uma família muito pobre. Minha mãe é prostituta e viciada em drogas e meu pai eu nem sei quem é. Meus irmãos, todos mais jovens, também não sabem quem são seus pais. Eu trabalho o dia inteiro como servente de pedreiro em uma obra na periferia e, como não tenho grana para o ônibus, vou e volto de “magrela” todo dia. Quando chego em casa, encontro meus irmãos com fome, minha mãe drogada e suja e o barraco uma bagunça. Tenho que arrumar tudo e todos em menos de duas horas, pois preciso estar aqui até na hora da merenda, senão durmo com fome. Agora, o senhor, não deve entender nada disso. Seu carro está lá fora, sua comida deve estar esperando no forno e amanhã o senhor não precisa se preocupar com o pão de cada dia. É fácil falar assim quando se tem tudo à mão. Hoje estou mais cansado que nos outros dias. Fui dispensado do meu emprego. Não tem problema: amanhã buscarei outra coisa para fazer. Por isso estou dormindo, já que este tal de Mendel não vai me dar um prato de comida amanhã.”

Fiquei petrificado com esta fala. Senti o mundo balançar e experimentei uma situação que sequer tinha passado (apenas imaginado na minha cômoda situação de classe média). Terminei a aula e me apressei para ir ao estacionamento. Tinha pressa de entrar no carro e sair dali. Aos prantos (já não conseguia segurar) passei pelo portão principal da escola. Aquilo foi tão cruel que não consegui dormir naquela noite. Como disse, foi uma das experiências que nortearam e consolidaram minha carreira docente. Aquilo tudo serviu para me mostrar o quanto somos pequenos na nossa insignificância de ser humano, mas que podemos acolher o outro e oferecer o que é mais valioso, sem cobrar um tostão: a compreensão. Aprendi (um pouco, mas o suficiente) que cada um realmente carrega seu fardo, seus problemas e suas angústias. Eu não tinha nenhum direito de tratá-lo daquela maneira, sequer julgá-lo.


Bom, há tempos aplico o que aquele aluno me ensinou. Não culpo o discente se ele está ou não "ligado” nas aulas, pois aquele pode ser exatamente um “dia de sono”. Cada um sabe até onde pode ir e o peso de sua consciência. A transferência de responsabilidades deve ser ampla nestes casos. Faço a minha parte e deixo que outros façam a deles.


Na próxima postagem coloco outro caso que muito me ensinou netas andanças.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
15/10/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 43-44 (Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Hepatopatias e Prova de Ondulação Abdominal Positiva.
Desafio da próxima semana: Diabete Melito e Catarata.
16/10/2018 = TURMA B
Aula Prática 45-47 (Sistema Tegumentar I), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
17/10/2018 = TURMA C
Aula Prática 45-47 (Sistema Tegumentar I), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
19/10/2018 = TURMA A
Aula Prática 45-47 (Sistema Tegumentar I), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
18/10/2018 = TURMA A
Aula Teórica 05 (Exposições Cinófilas), DMV01, 10h00 às 10h50.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Acumuladores de Animais: Há Algo Além do Óbvio

Esta semana teremos um debate interessante na UFLA (proposto pelo Núcleo de Estudos em Felinos - NEFEL, https://pt-br.facebook.com/nefel.ufla/) sobre um tema muito em voga atualmente: os acumuladores de animais. Trata-se de um assunto que certamente impactará a vida profissional de muitos graduandos de medicina veterinária, já que distúrbios como este estão cada vez mais se fazendo presente na população.


Infelizmente, como qualquer outra assunto pouco conhecido e de grande apelo emocional, a mídia vem sensacionalizando e desvirtuando o verdadeiro caráter deste distúrbio. Por isso é importante que os profissionais que atuarão com esta população (veterinários, psicólogos, psiquiatras, ambientalistas, advogados, etc.) tenham o discernimento técnico adequado para tratar o tema de forma imparcial e adequada aos envolvidos no processo.

Apenas para dar uma pincelada no assunto, desde 2013 a Associação de Psiquiatria Americana adicionou ao seu Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, em sua 5ª versão), o grupo dos chamados Transtornos de Acumulação. Trata-se de um distúrbio em que o indivíduo, de forma inconsciente, tende a acumular objetos e animais, encontrando dificuldade em interromper esta aquisição ou mesmo de doá-los. É uma condição patológica séria em que os prejuízos se estendem não apenas para o acumulador (sofrimento psíquico), mas também aos animais acumulados (redução do bem estar, doenças), aos seres humanos próximos (discussões e isolamento social), ao ambiente (contaminação, mal cheiro) e aos órgãos públicos (gastos com vigilância, terapia e judicialização).


Por outro lado, em uma sociedade atual cujos princípios e valores se perdem no egocentrismo e na verdade absoluta de pequenos poderes, podem ocorrer julgamentos precipitados, equívocos de avaliação e uma fatal e covarde mistura de ódio, inveja e canalhice. Há casos em que o acusado não é um acumulador, mas simplesmente foge dos padrões considerados “normais” dentro de uma estrutura social pré-estabelecida. Com isso, são apontados, avaliados, segregados e julgados, passando por uma carnificina da alma e interpondo, em sua trajetória de vida, um estigma que nunca será retirado ou esquecido.


Em meu livro “NOSSOS BICHOS, NOSSA FAMÍLIA”, estendo-me longamente em um capítulo sobre o tema, colocando exemplos reais de acumuladores patológicos e alguns casos de erros avaliativos e judiciais. Os episódios reais, muito difundidos em uma série televisiva do grupo Discovery, são de assustar. Mas o mais espantoso é até onde vai a atitude de pessoas que acreditam saber tudo sobre o tema e que destroem vidas de inocentes taxados de acumuladores. Vale a pena dar uma lida neste capítulo para desconstruirmos aquela ideia fixa imposta pela sociedade e por falsos propedêuticos psíquicos.


PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
01/10/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 33-34 (Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Otite Média e Andar em Círculo.
Desafio da próxima semana: Necrose de Extremidades e Acidente Crotálico.
02/10/2018 = TURMA B
Aula Prática 35-37 (Sistema Linfático; Mucosas Superficiais; Parâmetros Vitais), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
03/10/2018 = TURMA C
Aula Prática 35-37 (Sistema Linfático; Mucosas Superficiais; Parâmetros Vitais), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
05/10/2018 = TURMA A
Aula Prática 35-37 (Sistema Linfático; Mucosas Superficiais; Parâmetros Vitais), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
04/10/2018 = TURMA A
Aula Teórica 03 (Histórico da Cinofilia; Exposições Cinófilas), DMV01, 10h00 às 10h50.

domingo, 23 de setembro de 2018

Modismo, sim!

Nesta última semana, em virtude de uma reportagem no site da UFLA (com vídeo disponível no YouTube®), acabei tendo que comprovar a intolerância burra, cega e desonesta que impera entre nós atualmente.


A reportagem é fruto de uma pesquisa em que avaliamos as razões pelas quais um tutor adquire determinado cão de raça. Na reportagem em questão, selecionamos a raça Border Collie por apresentar uma amostragem maior (115 tutores foram entrevistados).

Em suma, na pesquisa foi apontada a tendência do tutor em seguir o padrão de outros tutores próximos ou de acordo com informações divulgadas na mídia. Assim, 92 tutores (80% da população entrevistada) deram respostas vagas, sugerindo fortemente o acompanhamento de outros comportamentos humanos.


As respostas mais comuns ao questionamento sobre a razão de se ter um Border Collie foram:

“Por ser muito disseminado entre a população”
“Por que todo mundo gosta da raça”
“Por que ele sempre aparece na mídia”
“Por ser uma raça muito inteligente”
“Por ser uma raça ágil e atlética”
“Por ser um companheiro ideal para crianças”
“Por ser muito alegre”

Reparem que as três respostas mais comuns não possuem uma indicação clara das qualidades ou características da raça, e sim suposições do tutor sobre o status do cão frente à sociedade humana.

Mesmo assim, recebi uma enxurrada de e-mails, “zaps” e telefonemas de criadores e tutores inconformados com estes dados.  Muitos disseram que eu estava difamando raças, em especial o Border Collie; outros insistiram que esta pesquisa foi mal conduzida ou mal formulada (imaginem: eles nem tiveram acesso à metodologia ou à forma de interpretação dos resultados!!!); por fim, poucos cidadãos (graças a Deus) foram mais agressivos e comentaram que os dados eram um desserviço à cinofilia.

Bom, é o que eu costumo falar com aqueles mais viris ou revoltados: “é o que se tem para o almoço; se quiser comer, mande brasa, caso contrário, morda a língua e fique com fome”.

Nunca executei pesquisas para agradar fulano, ciclano ou beltrano. Em psicologia é comum nos determos no que está incomodando o sujeito e que ele tanto reclama, pois é justamente aquele fato que ele mais pratica, é conivente ou incentiva ao seu redor. Logo, para aqueles que sentiram incomodados, busquem a razão da ciência e pensem sobre o assunto. Por mais “descabida” que a pesquisa possa parecer, será que não há um fundo de verdade em seus resultados finais?

O ego humano é muito grande para ao menos pensar sobre a afirmação que “tenho um cão de raça porque não posso ser ou não sou o que quero...”. Com isso, o objeto ao qual se transfere parte das angústias e frustrações, ao mesmo tempo em que se tenta eleva-lo à condição sobre-humana, é o cão de raça. Não concorda? Tudo bem, isto faz parte do comportamento humano e também é contestado por grandes estudiosos do assunto. Mas enquanto não se tem a real e verídica razão, ainda acredito nos resultados desta pesquisa.

O modismo se traduz como uma expressão passageira; não é sinônimo de tendência. Quando um criador diz que a tendência é ter um Border Collie, eu discordo, pois tendências se mantem. Se fosse assim, o Brasil seria um dos maiores criadores da raça em todo o mundo. E não é.


Quer saber os malefícios do modismo na aquisição de cães? Veja a reportagem e você entenderá. Ela pode ser acessada no link abaixo:


Em breve sairão as reportagens que foram feitas para as redes Record, EPVT e sistema TVU/Rádio Universitária. Eu coloco os links para vocês.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
24/09/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 28-29 (Sistema Linfático; Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Edema Subcutâneo e Sinal de Godet (Cacifo).
Desafio da próxima semana: Otite Média e Andar em Círculo.
25/09/2018 = TURMA B
Aula Prática 30-32 (Contenção de PA; Mucosas Superficiais), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
26/09/2018 = TURMA C
Aula Prática 30-32 (Contenção de PA; Mucosas Superficiais), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
28/09/2018 = TURMA A
Aula Prática 30-32 (Contenção de PA; Mucosas Superficiais), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
27/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 02 (Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Entendendo as Provas de Múltipla Escolha

Neste momento estou aplicando uma prova de múltipla escolha (PME) para uma turma de Semiologia e observando os discentes em sua execução. Logicamente cada um tem seu estilo e logística para desenvolver suas respostas, mas alguns conselhos são úteis ao se fazer tal tipo de avaliação. Vou listar aqueles que considero mais importantes:


(1) O primeiro passo antes de executar qualquer avaliação é ler as instruções contidas na mesma. Pode parecer banal, mas alguns discentes não seguem corretamente as instruções exigidas e podem ter suas questões anuladas (estilo de marcação de gabarito, cor de caneta, tempo de avaliação, etc.). Assim que terminar, forneça os dados de identificação pedidos (ou confira se os mesmos estão corretos se a PME for de um concurso, por exemplo) - seu nome, matrícula e data, por exemplo.

(2) Leia toda a prova antes de iniciar sua execução. Muitos acham que podem ficar nervosos com esta atitude, mas uma estratégia inicial pode ser montada a partir desta passada de olhos. Questões consideradas mais complexas já serão localizadas e uma escala de possível prioridade começa a ser montada neste momento.

(3) Outro ponto fundamental na leitura prévia de uma PME é a certificação de que toda a prova está correta, sem faltar páginas ou questões, ou mesmo com erros de impressão (manchas, ausência de tipos, etc.).

(4) Inicie a PME pelas questões que considera mais fácil (você já a identificou em uma das fases anteriores). É um erro crasso (e muitas vezes fatal) se o início for feito em ordem numérica crescente (como apresentado na PME), pois uma questão de maior complexidade e elaboração pode interromper seu raciocínio e demandar muito tempo para sua execução. Após terminar a questão, marque-a para que você a separe das demais e não precise retornar equivocadamente para a mesma questão. Algumas PMEs aplicadas em concursos públicos mais concorridos possuem uma “estratégia” de colocar questões mais complexas no início e final das provas, fazendo uma espécie de “seleção psicológica” de alguns candidatos mais incautos.


(5) Caso haja dúvida em alternativas de uma questão, lembre-se que por mais que você pense que não sabe a resposta, sempre haverá uma inclinação para alguma das alternativas. Neste caso, e se a resposta escolhida não tiver nenhum tipo de impedimento técnico, mantenha esta opção. A troca de resposta duvidosa em última hora (como na hora de preenchimento do gabarito) geralmente leva ao erro. É o inverso do ditado popular: “vá pelo coração, já que a razão está cega”.

(6) Muitas vezes a resposta de uma questão de PME está na própria prova. Não fique ansioso para responder a questão; caso não saiba a resposta, passe para as seguintes. Pode ocorrer de um assunto tratado em questões diferentes se refira ao mesmo tópico.

(7) Não pense que o responsável por elaborar a PME está preocupado com a sequência estética da disposição das respostas no gabarito (como equilibrar o número de letras entre si ou mesmo fazer um arranjo ordenado). Marque a sua alternativa no caderno de resposta e depois passe para o gabarito. Se a disposição estiver “esquisita”, não se preocupe: muitas PMEs são fruto de questões oriundas de bancos de dados e que não seguem, necessariamente, um padrão de resposta.

(7) O enunciado da questão é o ponto mais importante de uma PME. Leia com calma este questionamento. A interpretação superficial ou errônea leva ao erro, o que é muito comum na graduação atualmente. Lembre-se que o tempo é sempre suficiente para que todas as questões possam ser resolvidas com calma.

(8) É comum em PMEs a inclusão de alternativas chamadas “respostas óbvias equivocadas”. Geralmente estas alternativas são apresentadas logo no início (letras A ou B, por exemplo), induzindo àqueles que estão em dúvida a marca-las. Por isso é importante ler todas as alternativas apresentadas e confrontá-las entre si antes de responder definitivamente cada questão.

(9) Ao passar as respostas para a folha de gabaritos, vá com calma. Como a maioria das PMEs possui correção digital (por escaneamento), qualquer rasura ou erro de preenchimento levará à anulação da questão. Por isso passe, individualmente e em ordem numérica crescente, as respostas para o gabarito somente quando terminada a PME. Nunca preencha o gabarito sem ter terminado a avaliação (é uma das causas mais comuns de erro neste momento). E sempre leve em consideração a cor da caneta exigida (nunca lápis ou canetas de cores não padronizadas) e o tipo de preenchimento (preencher todo o espaço ou colocar “X” ou traços).


Bom, em postagens futuras vou colocar alguns exemplos práticos de questões em que os exemplos acima podem ser aplicados.

Em tempo: De uma olhada no link abaixo. Você verá mais seis dicas úteis na realização de PMEs.


PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
17/09/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 23-24 (Mucosas Aparentes. Sistema Linfático), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Glomerulonefrite e Anemia.
Desafio da próxima semana: Edema Subcutâneo e Sinal de Godet (Cacifo).
18/09/2018 = TURMA B
Aula Prática 25-27 (Métodos Semiotécnicos. Contenção de PA), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
19/09/2018 = TURMA C
Aula Prática 25-27 (Métodos Semiotécnicos. Contenção de PA), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
21/09/2018 = TURMA A
Aula Prática 25-27 (Métodos Semiotécnicos. Contenção de PA), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
20/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 01 (Introdução à Cinofilia. Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.