segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Filmem os Professores!!!

Quem me conhece ou me acompanha nas redes sociais sabe que sou avesso a discutir determinados assuntos nestas plataformas, como política, religião, esporte ou questões de gênero. Também não utilizo das minhas aulas, sagradas (e dedicadas) para a administração da minha parca carga horária de aulas, para expor tais assuntos. Mas há duas semanas me deparei com uma notícia na mídia, proferida pelo alto escalão do futuro governo que, utilizando do futuro cargo público como porta-estandarte, pede a cada estudante deste país que grave as aulas de seus professores no sentido de reportar qualquer tipo de doutrinação política.


Pois bem, meus filósofos da situação. Se eu tivesse tempo para discutir estes tópicos, teria a preferência por ocupar tais espaços com conhecimento e experiência voltada para o exercício da profissão e respeito aos animais e seus tutores. Não me interessa se fulano é PT ou PSOL; não estou nem aí se ele é católico ou umbandista; pouco me importa se ele torce pelo Atlético ou pelo Cruzeiro; muito menos incomoda a escolha sexual de meus alunos. O que realmente cobro é a postura e o respeito frente à profissão, aos clientes e seus pets e também aos colegas de labuta. Isto sim faz a diferença. Grandes seres humanos são moldados por pequenas atitudes de tolerância e respeito ao próximo.

Neste sentido, tomo a liberdade de reproduzir um texto recebido em um dos grupos de WhatsApp© que faço parte e que expressa o que realmente sinto e penso sobre este assunto. Não sei de quem é a autoria, mas foi escrito em um momento de genialidade e clareza mental. O título do texto é FILMEM OS PROFESSORES:

“Filmem os professores que passam muitos finais de semana preparando aulas. Filmem os professores que deixam de curtir o feriado para estudar e concluir mais uma pós-graduação. Filmem os professores que compram do seu próprio bolso canetas de quadro branco, refil para canetas, apagadores, folhas. Filmem os professores que depois da aula dedicam seu tempo precioso para conversar e escutar o desabafo de muitos alunos, orientando-os muitas vezes a sair ou não entrar em caminhos errados. Filmem os professores que fazem vaquinhas para alugar ônibus e levar seus alunos a passeios ou excursões pedagógicas. Filmem os que levam seu Datashow, computador, caixa de som, adaptador e até cortina de casa para poder passar um vídeo para seus alunos. Filmem os professores que fazem paródias para que seus alunos aprendam o conteúdo de maneira mais fácil. Filmem aqueles que constantemente ficam sem voz. Filmem os que desenvolvem depressão. Filmem os que se deslocam por muitos quilômetros para chegar até a escola. Filmem aqueles que doam seus materiais como lápis, borracha e canetas para os alunos. Filmem os professores voluntários. Filmem também os que estão há 5 anos sem reajuste salarial... Filmem, divulguem e valorizem, pois além de ensinar, muitas vezes são eles que educam seus filhos.”

Sem mais delongas, vamos à programação da semana.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
12/11/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 56-57 (Sistema Respiratório), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Transfusão Sanguínea e Nefrose Pós-Transfusional.
Desafio da próxima semana: Pneumonia Bacteriana e Crepitação Grossa.
13/11/2018 = TURMA B
Aula Prática 58-60 (Sistema Respiratório), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
14/11/2018 = TURMA C
Aula Prática 58-60 (Sistema Respiratório), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
16/11/2018 = TURMA A
Aula Prática 58-60 (Sistema Respiratório), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
17/11/2018 = TURMAS A-B-C
3a. Avaliação Teórica (Sistemas Tegumentar, Circulatório e Respiratório), Sala DMV-01, 09h00 às 10h40.
CINOFILIA (GMV150)
15/11/2018 = TURMA A
FERIADO - PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Mais uma da Carreira


Ainda recordando algumas situações que me marcaram nestes anos de docência, me lembro de um fato que ocorreu logo no início da minha carreira como professor. Naqueles anos eu era um dos colaboradores da disciplina PRÁTICA HOSPITALAR (acho que era este o nome da disciplina que era oferecida no 9º período do curso de Medicina Veterinária da UFMG).

Pois bem... Em uma aula prática no antigo Salão de Semiologia (hoje não existe mais), havia cerca de 30 alunos esperando um caso clínico para ser analisado e discutido. Eu sempre buscava um paciente internado no HV e, de posse da Ficha Clínica e de todos os exames já realizados, fazíamos um exercício de propedêutica e diagnóstico. Mas naquela semana não havia nada de interessante para a aula. Era um tempo de surtos de gastrenterite hemorrágica, seja por endoparasitoses ou parvovirose/coronavirose. Já tínhamos discutido casos como aqueles e não via muita valia em repetir. Mas o que fazer, então?

Naquela época eu era responsável pelo atendimento de animais exóticos e silvestres. Tínhamos um recinto repleto de coisas que não latiam ou miavam... Decidi! Peguei um coitado de um jabuti que estava internado e levei-o ao Salão. O caso do cascudo era de pneumonia, já diagnosticado e sob medicação.


Entrei no salão sob o olhar incrédulo dos alunos. O que era aquela coisa? Coloquei o dito cujo no chão e fui explicando para todos sobre alguns aspectos importantes da fisioanatomia da espécie, já que nada daquilo era dado para nos, veterinários. Em determinado momento, com a turma já se entretendo com o paciente (que andava insistentemente pelo local), falei muito sério: “Olha, gente, é inadmissível que um veterinário experiente chame este bicho de tartaruga. Isto é um jabuti, totalmente diferente. Assim, não deem mancadas. É uma vergonha para o profissional não saber nem a espécie de seu paciente!”. Pronto; recado dado.

Em determinado momento da aula, quase ao seu final, quando eu estava apresentando as radiografias e alguns exames de sangue, entra pela porta do salão o Professor Titular da Clínica naquela época. Ele, um profissional muito respeitado por todos nós, deu um pigarro de desaprovação ao ver o réptil no chão e, virando-se para mim, disse: “Quem foi que deixou esta tartaruga entrar aqui?”. Foi o suficiente para a turma cair na gargalhada, para o espanto do Mestre que não estava entendendo nada.

E aí vai a foto do objeto da discórdia...


PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
22/10/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 48-49 (Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Diabete Melito e Catarata.
Desafio da próxima semana: Espondilose e Obstipação.
23/10/2018 = TURMA B
Aula Prática 50-52 (Sistema Tegumentar II), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
24/10/2018 = TURMA C
Aula Prática 50-52 (Sistema Tegumentar II), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
26/10/2018 = TURMA A
Aula Prática 50-52 (Sistema Tegumentar II), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
25/10/2018 = TURMA A
Aula Teórica 06 (Grupo 1), DMV01, 10h00 às 10h50.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Hoje é dia

Hoje se comemora no Brasil o Dia dos Professores. Será que há o que comemorar? Já estou a mais de 30 anos nesta atividade e ontem, ao lembrar-me da data, dei “uma varrida” na memória buscando os momentos mais marcantes que passei. Foram vários e que gostaria de compartilhar alguns com vocês.


Quando estava começando a carreira docente (lá por volta de 1990-1991), aproveitei uma oportunidade que surgiu para dar aulas de Biologia, Física e Química em um colégio municipal de Belo Horizonte. O salário era horrível (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte I), o local de pouca segurança (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte II) e o alunado tinha pouco ou quase nenhum interesse nas aulas (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte III). Fui.


As aulas eram no período noturno, com turmas cheias e faixa etária mais elevada que nos períodos matutinos. Senti a dificuldade natural de comunicação, ainda mais que eu estava começando no ofício e aquela realmente não era a minha praia. Já tinha um pouco mais de vivência com alunos universitários e alguns de curso de inglês, mas aquela experiência era única.

Em um determinado momento de uma das aulas de Biologia, quando passava a matéria no quadro (pois é, este era o método adotado naquela época (não mudou nada em relação aos dias de hoje, parte IV), notei que um dos alunos mais “erados” roncava na última carteira. Sei que não é fácil engolir Mendel e suas teorias mirabolantes de ervilhas às dez da noite, mas achei aquilo uma falta de respeito. Pois bem, do “alto do pedestal de mestre”, resolvi dar uma lição de moral. Mas, na verdade, fui eu quem aprendi a lição...

Pedi que acordassem o aluno e perguntei se eu o estava incomodando, pois, se assim o fosse, poderia acabar a aula naquele momento, deixando seus colegas sem o conteúdo em função do sono dele. Foi aí que o aluno levantou a cabeça, com os olhos ainda teimando em se manter entreabertos, me encarou e disse uma das coisas que mais me impactou na minha carreira docente e na vida pessoal. Foi mais ou menos assim: “Doutor, o senhor está aí falando de coisas que eu nem sei do que se trata ou para quê servirão. Da minha parte, sou o quinto filho de uma família muito pobre. Minha mãe é prostituta e viciada em drogas e meu pai eu nem sei quem é. Meus irmãos, todos mais jovens, também não sabem quem são seus pais. Eu trabalho o dia inteiro como servente de pedreiro em uma obra na periferia e, como não tenho grana para o ônibus, vou e volto de “magrela” todo dia. Quando chego em casa, encontro meus irmãos com fome, minha mãe drogada e suja e o barraco uma bagunça. Tenho que arrumar tudo e todos em menos de duas horas, pois preciso estar aqui até na hora da merenda, senão durmo com fome. Agora, o senhor, não deve entender nada disso. Seu carro está lá fora, sua comida deve estar esperando no forno e amanhã o senhor não precisa se preocupar com o pão de cada dia. É fácil falar assim quando se tem tudo à mão. Hoje estou mais cansado que nos outros dias. Fui dispensado do meu emprego. Não tem problema: amanhã buscarei outra coisa para fazer. Por isso estou dormindo, já que este tal de Mendel não vai me dar um prato de comida amanhã.”

Fiquei petrificado com esta fala. Senti o mundo balançar e experimentei uma situação que sequer tinha passado (apenas imaginado na minha cômoda situação de classe média). Terminei a aula e me apressei para ir ao estacionamento. Tinha pressa de entrar no carro e sair dali. Aos prantos (já não conseguia segurar) passei pelo portão principal da escola. Aquilo foi tão cruel que não consegui dormir naquela noite. Como disse, foi uma das experiências que nortearam e consolidaram minha carreira docente. Aquilo tudo serviu para me mostrar o quanto somos pequenos na nossa insignificância de ser humano, mas que podemos acolher o outro e oferecer o que é mais valioso, sem cobrar um tostão: a compreensão. Aprendi (um pouco, mas o suficiente) que cada um realmente carrega seu fardo, seus problemas e suas angústias. Eu não tinha nenhum direito de tratá-lo daquela maneira, sequer julgá-lo.


Bom, há tempos aplico o que aquele aluno me ensinou. Não culpo o discente se ele está ou não "ligado” nas aulas, pois aquele pode ser exatamente um “dia de sono”. Cada um sabe até onde pode ir e o peso de sua consciência. A transferência de responsabilidades deve ser ampla nestes casos. Faço a minha parte e deixo que outros façam a deles.


Na próxima postagem coloco outro caso que muito me ensinou netas andanças.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
15/10/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 43-44 (Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Hepatopatias e Prova de Ondulação Abdominal Positiva.
Desafio da próxima semana: Diabete Melito e Catarata.
16/10/2018 = TURMA B
Aula Prática 45-47 (Sistema Tegumentar I), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
17/10/2018 = TURMA C
Aula Prática 45-47 (Sistema Tegumentar I), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
19/10/2018 = TURMA A
Aula Prática 45-47 (Sistema Tegumentar I), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
18/10/2018 = TURMA A
Aula Teórica 05 (Exposições Cinófilas), DMV01, 10h00 às 10h50.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Acumuladores de Animais: Há Algo Além do Óbvio

Esta semana teremos um debate interessante na UFLA (proposto pelo Núcleo de Estudos em Felinos - NEFEL, https://pt-br.facebook.com/nefel.ufla/) sobre um tema muito em voga atualmente: os acumuladores de animais. Trata-se de um assunto que certamente impactará a vida profissional de muitos graduandos de medicina veterinária, já que distúrbios como este estão cada vez mais se fazendo presente na população.


Infelizmente, como qualquer outra assunto pouco conhecido e de grande apelo emocional, a mídia vem sensacionalizando e desvirtuando o verdadeiro caráter deste distúrbio. Por isso é importante que os profissionais que atuarão com esta população (veterinários, psicólogos, psiquiatras, ambientalistas, advogados, etc.) tenham o discernimento técnico adequado para tratar o tema de forma imparcial e adequada aos envolvidos no processo.

Apenas para dar uma pincelada no assunto, desde 2013 a Associação de Psiquiatria Americana adicionou ao seu Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, em sua 5ª versão), o grupo dos chamados Transtornos de Acumulação. Trata-se de um distúrbio em que o indivíduo, de forma inconsciente, tende a acumular objetos e animais, encontrando dificuldade em interromper esta aquisição ou mesmo de doá-los. É uma condição patológica séria em que os prejuízos se estendem não apenas para o acumulador (sofrimento psíquico), mas também aos animais acumulados (redução do bem estar, doenças), aos seres humanos próximos (discussões e isolamento social), ao ambiente (contaminação, mal cheiro) e aos órgãos públicos (gastos com vigilância, terapia e judicialização).


Por outro lado, em uma sociedade atual cujos princípios e valores se perdem no egocentrismo e na verdade absoluta de pequenos poderes, podem ocorrer julgamentos precipitados, equívocos de avaliação e uma fatal e covarde mistura de ódio, inveja e canalhice. Há casos em que o acusado não é um acumulador, mas simplesmente foge dos padrões considerados “normais” dentro de uma estrutura social pré-estabelecida. Com isso, são apontados, avaliados, segregados e julgados, passando por uma carnificina da alma e interpondo, em sua trajetória de vida, um estigma que nunca será retirado ou esquecido.


Em meu livro “NOSSOS BICHOS, NOSSA FAMÍLIA”, estendo-me longamente em um capítulo sobre o tema, colocando exemplos reais de acumuladores patológicos e alguns casos de erros avaliativos e judiciais. Os episódios reais, muito difundidos em uma série televisiva do grupo Discovery, são de assustar. Mas o mais espantoso é até onde vai a atitude de pessoas que acreditam saber tudo sobre o tema e que destroem vidas de inocentes taxados de acumuladores. Vale a pena dar uma lida neste capítulo para desconstruirmos aquela ideia fixa imposta pela sociedade e por falsos propedêuticos psíquicos.


PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
01/10/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 33-34 (Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Otite Média e Andar em Círculo.
Desafio da próxima semana: Necrose de Extremidades e Acidente Crotálico.
02/10/2018 = TURMA B
Aula Prática 35-37 (Sistema Linfático; Mucosas Superficiais; Parâmetros Vitais), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
03/10/2018 = TURMA C
Aula Prática 35-37 (Sistema Linfático; Mucosas Superficiais; Parâmetros Vitais), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
05/10/2018 = TURMA A
Aula Prática 35-37 (Sistema Linfático; Mucosas Superficiais; Parâmetros Vitais), Sala DMV-04, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
04/10/2018 = TURMA A
Aula Teórica 03 (Histórico da Cinofilia; Exposições Cinófilas), DMV01, 10h00 às 10h50.

domingo, 23 de setembro de 2018

Modismo, sim!

Nesta última semana, em virtude de uma reportagem no site da UFLA (com vídeo disponível no YouTube®), acabei tendo que comprovar a intolerância burra, cega e desonesta que impera entre nós atualmente.


A reportagem é fruto de uma pesquisa em que avaliamos as razões pelas quais um tutor adquire determinado cão de raça. Na reportagem em questão, selecionamos a raça Border Collie por apresentar uma amostragem maior (115 tutores foram entrevistados).

Em suma, na pesquisa foi apontada a tendência do tutor em seguir o padrão de outros tutores próximos ou de acordo com informações divulgadas na mídia. Assim, 92 tutores (80% da população entrevistada) deram respostas vagas, sugerindo fortemente o acompanhamento de outros comportamentos humanos.


As respostas mais comuns ao questionamento sobre a razão de se ter um Border Collie foram:

“Por ser muito disseminado entre a população”
“Por que todo mundo gosta da raça”
“Por que ele sempre aparece na mídia”
“Por ser uma raça muito inteligente”
“Por ser uma raça ágil e atlética”
“Por ser um companheiro ideal para crianças”
“Por ser muito alegre”

Reparem que as três respostas mais comuns não possuem uma indicação clara das qualidades ou características da raça, e sim suposições do tutor sobre o status do cão frente à sociedade humana.

Mesmo assim, recebi uma enxurrada de e-mails, “zaps” e telefonemas de criadores e tutores inconformados com estes dados.  Muitos disseram que eu estava difamando raças, em especial o Border Collie; outros insistiram que esta pesquisa foi mal conduzida ou mal formulada (imaginem: eles nem tiveram acesso à metodologia ou à forma de interpretação dos resultados!!!); por fim, poucos cidadãos (graças a Deus) foram mais agressivos e comentaram que os dados eram um desserviço à cinofilia.

Bom, é o que eu costumo falar com aqueles mais viris ou revoltados: “é o que se tem para o almoço; se quiser comer, mande brasa, caso contrário, morda a língua e fique com fome”.

Nunca executei pesquisas para agradar fulano, ciclano ou beltrano. Em psicologia é comum nos determos no que está incomodando o sujeito e que ele tanto reclama, pois é justamente aquele fato que ele mais pratica, é conivente ou incentiva ao seu redor. Logo, para aqueles que sentiram incomodados, busquem a razão da ciência e pensem sobre o assunto. Por mais “descabida” que a pesquisa possa parecer, será que não há um fundo de verdade em seus resultados finais?

O ego humano é muito grande para ao menos pensar sobre a afirmação que “tenho um cão de raça porque não posso ser ou não sou o que quero...”. Com isso, o objeto ao qual se transfere parte das angústias e frustrações, ao mesmo tempo em que se tenta eleva-lo à condição sobre-humana, é o cão de raça. Não concorda? Tudo bem, isto faz parte do comportamento humano e também é contestado por grandes estudiosos do assunto. Mas enquanto não se tem a real e verídica razão, ainda acredito nos resultados desta pesquisa.

O modismo se traduz como uma expressão passageira; não é sinônimo de tendência. Quando um criador diz que a tendência é ter um Border Collie, eu discordo, pois tendências se mantem. Se fosse assim, o Brasil seria um dos maiores criadores da raça em todo o mundo. E não é.


Quer saber os malefícios do modismo na aquisição de cães? Veja a reportagem e você entenderá. Ela pode ser acessada no link abaixo:


Em breve sairão as reportagens que foram feitas para as redes Record, EPVT e sistema TVU/Rádio Universitária. Eu coloco os links para vocês.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
24/09/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 28-29 (Sistema Linfático; Sistema Tegumentar), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Edema Subcutâneo e Sinal de Godet (Cacifo).
Desafio da próxima semana: Otite Média e Andar em Círculo.
25/09/2018 = TURMA B
Aula Prática 30-32 (Contenção de PA; Mucosas Superficiais), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
26/09/2018 = TURMA C
Aula Prática 30-32 (Contenção de PA; Mucosas Superficiais), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
28/09/2018 = TURMA A
Aula Prática 30-32 (Contenção de PA; Mucosas Superficiais), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
27/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 02 (Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Entendendo as Provas de Múltipla Escolha

Neste momento estou aplicando uma prova de múltipla escolha (PME) para uma turma de Semiologia e observando os discentes em sua execução. Logicamente cada um tem seu estilo e logística para desenvolver suas respostas, mas alguns conselhos são úteis ao se fazer tal tipo de avaliação. Vou listar aqueles que considero mais importantes:


(1) O primeiro passo antes de executar qualquer avaliação é ler as instruções contidas na mesma. Pode parecer banal, mas alguns discentes não seguem corretamente as instruções exigidas e podem ter suas questões anuladas (estilo de marcação de gabarito, cor de caneta, tempo de avaliação, etc.). Assim que terminar, forneça os dados de identificação pedidos (ou confira se os mesmos estão corretos se a PME for de um concurso, por exemplo) - seu nome, matrícula e data, por exemplo.

(2) Leia toda a prova antes de iniciar sua execução. Muitos acham que podem ficar nervosos com esta atitude, mas uma estratégia inicial pode ser montada a partir desta passada de olhos. Questões consideradas mais complexas já serão localizadas e uma escala de possível prioridade começa a ser montada neste momento.

(3) Outro ponto fundamental na leitura prévia de uma PME é a certificação de que toda a prova está correta, sem faltar páginas ou questões, ou mesmo com erros de impressão (manchas, ausência de tipos, etc.).

(4) Inicie a PME pelas questões que considera mais fácil (você já a identificou em uma das fases anteriores). É um erro crasso (e muitas vezes fatal) se o início for feito em ordem numérica crescente (como apresentado na PME), pois uma questão de maior complexidade e elaboração pode interromper seu raciocínio e demandar muito tempo para sua execução. Após terminar a questão, marque-a para que você a separe das demais e não precise retornar equivocadamente para a mesma questão. Algumas PMEs aplicadas em concursos públicos mais concorridos possuem uma “estratégia” de colocar questões mais complexas no início e final das provas, fazendo uma espécie de “seleção psicológica” de alguns candidatos mais incautos.


(5) Caso haja dúvida em alternativas de uma questão, lembre-se que por mais que você pense que não sabe a resposta, sempre haverá uma inclinação para alguma das alternativas. Neste caso, e se a resposta escolhida não tiver nenhum tipo de impedimento técnico, mantenha esta opção. A troca de resposta duvidosa em última hora (como na hora de preenchimento do gabarito) geralmente leva ao erro. É o inverso do ditado popular: “vá pelo coração, já que a razão está cega”.

(6) Muitas vezes a resposta de uma questão de PME está na própria prova. Não fique ansioso para responder a questão; caso não saiba a resposta, passe para as seguintes. Pode ocorrer de um assunto tratado em questões diferentes se refira ao mesmo tópico.

(7) Não pense que o responsável por elaborar a PME está preocupado com a sequência estética da disposição das respostas no gabarito (como equilibrar o número de letras entre si ou mesmo fazer um arranjo ordenado). Marque a sua alternativa no caderno de resposta e depois passe para o gabarito. Se a disposição estiver “esquisita”, não se preocupe: muitas PMEs são fruto de questões oriundas de bancos de dados e que não seguem, necessariamente, um padrão de resposta.

(7) O enunciado da questão é o ponto mais importante de uma PME. Leia com calma este questionamento. A interpretação superficial ou errônea leva ao erro, o que é muito comum na graduação atualmente. Lembre-se que o tempo é sempre suficiente para que todas as questões possam ser resolvidas com calma.

(8) É comum em PMEs a inclusão de alternativas chamadas “respostas óbvias equivocadas”. Geralmente estas alternativas são apresentadas logo no início (letras A ou B, por exemplo), induzindo àqueles que estão em dúvida a marca-las. Por isso é importante ler todas as alternativas apresentadas e confrontá-las entre si antes de responder definitivamente cada questão.

(9) Ao passar as respostas para a folha de gabaritos, vá com calma. Como a maioria das PMEs possui correção digital (por escaneamento), qualquer rasura ou erro de preenchimento levará à anulação da questão. Por isso passe, individualmente e em ordem numérica crescente, as respostas para o gabarito somente quando terminada a PME. Nunca preencha o gabarito sem ter terminado a avaliação (é uma das causas mais comuns de erro neste momento). E sempre leve em consideração a cor da caneta exigida (nunca lápis ou canetas de cores não padronizadas) e o tipo de preenchimento (preencher todo o espaço ou colocar “X” ou traços).


Bom, em postagens futuras vou colocar alguns exemplos práticos de questões em que os exemplos acima podem ser aplicados.

Em tempo: De uma olhada no link abaixo. Você verá mais seis dicas úteis na realização de PMEs.


PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
17/09/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 23-24 (Mucosas Aparentes. Sistema Linfático), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Glomerulonefrite e Anemia.
Desafio da próxima semana: Edema Subcutâneo e Sinal de Godet (Cacifo).
18/09/2018 = TURMA B
Aula Prática 25-27 (Métodos Semiotécnicos. Contenção de PA), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
19/09/2018 = TURMA C
Aula Prática 25-27 (Métodos Semiotécnicos. Contenção de PA), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
21/09/2018 = TURMA A
Aula Prática 25-27 (Métodos Semiotécnicos. Contenção de PA), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
CINOFILIA (GMV150)
20/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 01 (Introdução à Cinofilia. Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.

domingo, 9 de setembro de 2018

A Tal da Pegadinha...

É engraçada a fama que alguns docentes carregam devido ao tipo de prova que aplicam. Uma das que me imputam é que “recheio” as provas de “pegadinhas”!!!  Permitam-me divagar sobre este assunto no intuito de esclarecer alguns pontos que muitos ainda não perceberam (ou teimam em enxergar).


Uma prova de múltipla escolha (PME) é feita sempre com dois objetivos: reduzir os tempos de correção e divulgação de notas. Se alguém pensa que uma PME é feita para “estourar” uma turma, está completamente equivocado e não entende patavina deste assunto. Gente, uma PME possui sua resposta lá, está escrita... Não é como uma prova aberta (PA), em que o discente precisará achar a resposta na sua própria cabeça.

O que mais ouço de quem detesta PME é que na PA se pode aproveitar algo ou se tem maior liberdade de expressão. Calma lá... Qualquer docente iniciante sabe o que é a famosa “encheção de linguiça” (termo muito usado na linguagem vulgar, mas que não concorda com a transformação do verbo; o ideal seria utilizar a terminologia técnica de “preenchimento de embutido”). É típico de quem não sabe a resposta contornar o enunciado da questão, achando que algo será aproveitado. Ledo engano...


Para se ter uma ideia das avaliações teóricas de Semiologia, coloco, em média, 25 questões fechadas em cada uma delas. Como tenho (sempre considerando a média) em torno de 60 alunos por semestre, são 1.500 questões para serem corrigidas. Para a correção de uma PME, utilizo, inicialmente, um software de verificação de gabaritos, que me dá a resposta após leitura de um scanner, em torno de 10 segundos (!). Apenas digito o número de matrícula do discente e escaneio o gabarito. Pronto? Não, eu ainda faço a correção manual, pois erros podem acontecer na própria leitura digital (nunca acusei nenhum até agora, mas sou fã da frase do espanhol Miguel de Cervantes “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay”). Também é comum (infelizmente) do discente não hachurar completamente o quadrado de resposta (ele coloca um “X” ou mesmo bolinhas): assim o scanner não reconhece. De qualquer forma, todo o processo de correção destas 1.500 questões leva (sempre na média) em torno de 90-120 minutos. Com isso, posso liberar as notas no mesmo dia ou, em caso de imprevistos, no máximo em 48 horas após a realização da mesma.

Sempre elaboro as PMEs da seguinte forma: 30% de questões fáceis, 40% de questões medianas e 30% de questões mais complexas. Como se faz esta separação? Basta avaliar o grau de acerto de cada questão de acordo com as turmas que passaram por ela. Assim, pode-se estabelecer um gradiente de dificuldade. Logicamente, como são pelo menos seis tipos de provas aplicadas no mesmo momento, há um grande banco de questões que são sorteadas para a confecção destas provas.

Com relação às chamadas “pegadinhas”, elas não existem na verdade. Todo o conteúdo das avaliações é dado em aula (com suporte bibliográfico de textos de apoio, slides de aula e capítulos do meu livro, disponíveis para todos no site http://semiologia.wix.com/cacavet). O que ocorre é justamente um reflexo das pesquisas do IDEB, que apontaram nesta última semana que 70% dos nossos estudantes não conseguem interpretar questões elementares! Isto mesmo; canso de responder perguntas que, se o discente ler com calma a questão, ele a entenderá. Mas a ansiedade e o nervosismo são tão grandes que o indivíduo não se organiza e tende a questionar antes de entender o que está sendo cobrado. Nem vou discutir a carga de ensino anterior à universidade, pois isto é outro assunto (apesar de muito correlacionado com os erros de interpretação).


Na próxima postagem colocarei alguns pontos que devem ser levados em consideração ao se fazer uma PME. Penso que vocês poderão treinar e aplicar estas sugestões para melhorar o rendimento nas avaliações. Até lá.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
10/09/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 16-17 (Marcha do Exame Clínico), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Alterações Prostáticas e Disúria.
Desafio da próxima semana: Glomerulonefrite e Anemia.
11/09/2018 = TURMA B
Aula Teórica 18-20 (Marcha do Exame Clínico), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
12/09/2018 = TURMA C
Aula Teórica 18-20 (Marcha do Exame Clínico), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.14/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 18-20 (Marcha do Exame Clínico), Sala DMV-22, 09h00 às 11h30.
15/09/2018 = TURMAS A-B-C
1a. Avaliação Teórica 21-22 (aulas 01 a 20), Sala DMV-01, 09h00 às 10h40.
CINOFILIA (GMV150)
20/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 01 (Introdução à Cinofilia. Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.

sábado, 1 de setembro de 2018

Vocação, Opção e a Falta Delas (Parte 3)


Bom, vamos finalizar esta analogia.

Conhecendo a história fictícia e simplista dos irmãos cozinheiros, podemos ver a diferença entre VOCAÇÃO, OPÇÃO e a falta delas (OBRIGAÇÃO). João, Pedro e Antônio são exemplos característicos do que acontece com os jovens que adentram uma instituição de ensino superior todo ano no Brasil.


Mas porque estou me referindo a este assunto no blog? Ao analisar com calma os dados apresentados a mim em uma das Avaliações Discentes semestrais das minhas disciplinas de graduação, algo me chamou a atenção neste último ano: 100% dos que responderam a estas pesquisas (isto mesmo: todos) disseram ter escolhido o curso de Medicina Veterinária não por vocação, mas por opção! Será que realmente eles sabem diferenciar uma coisa da outra? Será que esta opção, se sincera, não produzirá sequelas no futuro? Será que nossos jovens ainda não têm maturidade suficiente para escolherem sua futura ocupação profissional?

Vocação é algo que não precisamos forçar, apenas sentir seu fluir. É o “tesão” condensado em atividade, fazendo com que o indivíduo não se canse frente às adversidades, transformando sua profissão em “hobby” e não em uma robotizada tarefa. É uma pena que somente aqueles que possuem vocação possam passar plenamente este sentimento.


Logicamente os motivos que levam uma pessoa a escolher uma coisa em detrimento de outras são diversos, que passam por motivos pessoais e se estendem à condição financeira (muito impactante por sinal). Não quero e nem tenho plena capacidade para discutir estes tópicos aqui, mas, em parte, me faz associar aqueles dados da enquete com o esforço individual dentro de sala de aula. Está certo que muitos outros elementos contribuem para o desinteresse do aluno nas aulas, como a habilidade do educador, o grau de dificuldade do conteúdo, a empatia entre educador/educando e a aplicabilidade do que é ensinado. Mas uma coisa é certa: sem vocação, o rendimento é afetado. Educadores com certa calosidade na caminhada sabem diferenciar estes tipos de discentes e precisam saber como agir com cada um deles.

Não pensem em nenhum tipo de preconceito aqui, mas apenas uma estratégia para que cada um possa ser impulsionado da melhor forma rumo ao conhecimento pleno. Quando observo reclamações, verifico que a maioria destas é oriunda de alunos que optaram pelo curso ou que apenas estão ocupando vagas. Não que eu as desconsidere, mas seu peso não tem o mesmo valor de suas maledicências contra tudo e todos. São apenas excrecências de revolta contra uma situação que eles próprios criaram e insistem em alimentar. Por isso devem ser avaliadas superficialmente, decantando-se toda e qualquer alíquota de maldade que as compõem.

Logicamente estes fatos também ocorrem com professores (e como!). Mas quanto a isto me dedicarei em postagens futuras, pois se trata de algo um pouco mais complexo (e preocupante).

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
SEMIOLOGIA (GMV116)
03/09/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 11-12 (Marcha do Exame Clínico), PV06, sala 28, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Piometra e Hipertermia.
Desafio da próxima semana: Alterações Prostáticas e Disúria.
04/08/2018 = TURMA B
Aula Prática 13-15 (Protocolos de Exames Clínicos), Sala de Semiologia, 09h00 às 11h30.
05/08/2018 = TURMA C
Aula Prática 13-15 (Protocolos de Exames Clínicos), Sala de Semiologia, 09h00 às 11h30.
07/08/2018 = TURMA A
Feriado - Independência do Brasil.
CINOFILIA (GMV150)
20/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 01 (Introdução à Cinofilia. Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.

domingo, 26 de agosto de 2018

Vocação, Opção e a Falta Delas (Parte 2)


Vamos continuar com a história dos três irmãos, agora gastrônomos formados...

Com a habilitação em Gastronomia, e por forte influência do pai, os três foram contratados por restaurantes diferentes. Afinal, eram profissionais do garfo e faca, treinados em uma das melhores instituições de ensino do país. E foi assim a trajetória de cada um dos irmãos:


João, como seus outros dois irmãos, começou a trabalhar como auxiliar de cozinha. Suas ideias e carisma o fizeram líder no restaurante, espalhando seu entusiasmo para todos que trabalhavam ali, do faxineiro ao proprietário. Em pouco tempo fez cursos e se tornou um chef. Aquele restaurante se tornou referência em poucos meses graças ao trabalho árduo e dedicado de João. Este não se acomodou e partiu para fazer mais cursos na área, trazendo mais novidades para o restaurante. Hoje João é proprietário de seu próprio restaurante, que também é referência na gastronomia da cidade.

Antônio iniciou sua carreira como auxiliar de cozinha, da mesma forma que seus outros dois irmãos. Mas ele não se esforçava o bastante, sempre atrasando as tarefas ou mesmo errando receitas básicas. O chef do restaurante não contava muito com Antônio, mas foi mantendo-o no serviço. Hoje Antônio não trabalha exclusivamente com gastronomia, pois, segundo ele, o chef não se simpatizava muito com sua pessoa. Assim, Antônio também faz alguns “bicos” como contador, já que tinha facilidades com números e contas.

Por fim, Pedro também começou ajudando na cozinha. Sua constante má vontade e seu baixo conhecimento fizeram com que ele fosse despedido. Mesmo assim, Pedro resolveu insistir na área, ainda mais que os seus outros dois irmãos estavam na gastronomia e mais bem sucedidos que ele. Foi trabalhar em uma cantina de qualidade duvidosa, mas que o deixavam fazer o que quisesse, já que era formado em Gastronomia. Atualmente, Pedro continua a trabalhar nesta cantina, mas o que prepara não é muito apreciado pela escassa clientela. A cantina deve fechar em menos de seis meses.


Leia o desenrolar desta ficção na semana que vem.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA

SEMIOLOGIA (GMV116)
27/08/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 06-07 (Marcha do Exame Clínico), PV09, sala 3, 15h00 às 16h40.
Discussão do desafio da semana anterior: Hipotiroidismo e Arritmias Cardíacas.
Desafio da próxima semana: Piometra e Hipertermia.
28/08/2018 = TURMA B
Aula Teórica 08-10 (Marcha do Exame Clínico), DMV22, 09h00 às 11h30.
29/08/2018 = TURMA C
Aula Teórica 08-10 (Marcha do Exame Clínico), DMV22, 09h00 às 11h30.
31/08/2018 = TURMA A
Aula Teórica 08-10 (Marcha do Exame Clínico), DMV22, 09h00 às 11h30.

CINOFILIA (GMV150)
20/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 01 (Introdução à Cinofilia. Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Vocação, Opção e a Falta Delas (Parte 1)


Vou iniciar estes escritos (divididos em três postagens) usando um conto fictício. Adoro analogias, não que assim possa discutir um tópico indiretamente, mas porque analogias ajudam indivíduos que ocasionalmente têm dificuldade para entender uma situação direta. Sei que estas postagens irão gerar certo desconforto em quem ler, podendo, até mesmo, levar o leitor a pensar que se trata de desabafos, retaliações ou preconceitos de um educador student-hater em final de carreira. Mas leia com calma e pense sobre o seu significado. É o que penso estarmos passando atualmente nas instituições educacionais. Vamos lá...

Esta é a estória de três irmãos: João, Antônio e Pedro. Sua família, de origem simples, vivia da renda de um pequeno, porém bem frequentado, restaurante. Lá, sob a batuta do pai, os três aprenderam a gostar da rotina do preparo dos alimentos, da correria no servir os pratos e da dificuldade de adquirir os ingredientes para a semana.

Em muito pouco tempo se apaixonaram pela culinária. Neste período se esmerilhavam nos afazeres da cozinha da própria casa, preparando excelentes pratos, para a felicidade de todos que compartilhavam deste ambiente. Mas a adolescência os chamou ao desafio da profissão.


Com o peso da responsabilidade imputado às suas vidas de adolescentes, os três prestaram vestibular para uma Faculdade de Gastronomia na capital, já que sua cidade-natal não tinha tal artifício. Passaram...

João tinha certeza que sua vida era a gastronomia. Não conseguia pensar em outra coisa para sua futura ocupação profissional. Durante o curso, ele fez estágios, leu o máximo que pode e buscou se aprimorar em sua futura profissão. Não era o aluno mais brilhante da turma, mas estava bem acima da média.

Antônio começou o curso de gastronomia na mesma turma dos irmãos. Ele se esforçava, mas sentia que faltava algo. As aulas não eram para ele assim tão proveitosas e seu ânimo ia diminuindo à medida que o curso avançava. Não entendia como João se entregava tanto ao curso: de onde ele tirava aquela vontade?

Pedro começou o curso desanimado. Gostava de cozinhar, mas não tinha certeza que o curso seria uma boa para seu futuro. Frequentava as aulas quando queria e não lia quase nada sobre o assunto. Ia mal na maioria das disciplinas e sempre desviava sua deficiência para cima dos outros (professores, colegas, instituição, etc.).

E, aos trancos e barrancos, os três se graduaram em Gastronomia. (Aguarde Parte 2).

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA

SEMIOLOGIA (GMV116)
20/08/2018 = TURMAS A-B-C
Aula Teórica 01-02 (Introdução à Disciplina. Marcha do Exame Clínico), PV09, sala 3, 15h00 às 16h40.
21/08/2018 = TURMA B
Aula Teórica 03-05 (Marcha do Exame Clínico), DMV22, 09h00 às 11h30.
22/08/2018 = TURMA C
Aula Teórica 03-05 (Marcha do Exame Clínico), DMV22, 09h00 às 11h30.
24/08/2018 = TURMA A
Aula Teórica 03-05 (Marcha do Exame Clínico), DMV22, 09h00 às 11h30.

CINOFILIA (GMV150)
20/09/2018 = TURMA A
Aula Teórica 01 (Introdução à Cinofilia. Histórico da Cinofilia), DMV01, 10h00 às 10h50.